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Revista Condomínio Etc.

Síndicos de ouro

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No Rio de Janeiro, o Dia do Síndico é comemorado em 23 de abril e todas as homenagens são poucas para esses profissionais tão dedicados e cheios de função. A revista Condomínio etc., disponibilizada para os síndicos da CIPA e do Rio de Janeiro há 18 anos, já contou a história de muitos deles. É comum que os síndicos acumulem funções. São psicólogos, administradores, engenheiros, arquitetos, economistas, urbanistas, sanitaristas, conciliadores, artistas, enfermeiros e, muitas vezes, são todos esses perfis em um só.

Sim, é possível. Muitos síndicos exercem todas essas funções sem ter a qualificação oficializada por um diploma. Eles são empreendedores e têm em comum a vontade de fazer o melhor, sempre. Eles aprendem na marra, no dia a dia, com a experiência, dê ela certo ou errado. Eles metem a cara e investem tempo e boa vontade pelo bem comum do condomínio que administram e, com a ajuda de uma boa administradora, conseguem alcançar resultados surpreendentes, e isso é admirável.

Seria impossível falar sobre a determinação de cada síndico que conhecemos e admiramos, por isso, reunimos o perfil de três síndicos que encaram o desafio de tornar seus condomínios cada vez melhores, com iniciativas distintas, mas igualmente merecedoras de destaque.

O condomínio onde as crianças terão vez e voz

A síndica profissional Gabriele Santos está à frente do Condomínio Palace, localizado na Zona Oeste da cidade, há 12 anos. Nesse período, ela implantou grandes projetos e o mais recente é o Síndico Mirim. O plano visa à socialização das crianças para um novo modelo de moradia e tem como pilar a educação ambiental como motivação para a consciência do convívio em grupo.

“Os principais objetivos consistem em estimular as crianças a participarem mais ativamente da rotina da administração do condomínio, ajudando em sua preservação; criar um clima mais harmonioso entre os moradores e a administração; proporcionar a conscientização a respeito da preservação do condomínio, suas áreas comuns, de modo que elas colaborem com a implantação de novas normas; dar voz às crianças em questões de relevância e buscar soluções interessantes; evitar vandalismo; diminuir conflitos entre crianças e adultos; dar responsabilidade a elas e incentivar e premiar posturas e sugestões que venham a contribuir com o
desenvolvimento do condomínio”, afirma.
Serão eleitos um síndico mirim, um subsíndico, três conselheiros fiscais e três conselheiros consultivos. Para se candidatar aos cargos e/ou votar, a criança deve estar atualizada com as atividades escolares, ter de 8 a 12 anos, ser moradora do condomínio, filha de proprietário ou inquilino e os pais devem estar em dia com suas responsabilidades condominiais. “O mandato do síndico mirim pode ser de até dois anos e as reuniões serão feitas no salão de festas do condomínio. As remunerações serão decididas com base em propostas enviadas pelos candidatos e aprovadas pelo síndico e pelo conselho”, explica.

Segundo Gabriele, o projeto pretende trazer as crianças para mais perto dos adultos, de forma inteligente e democrática. “O intuito é gerar responsabilidade brincando. É muito importante ouvir as crianças, olhar o universo delas, entender suas necessidades e prioridades, fazer com que percebam que o patrimônio será herdado por elas, logo, precisam contribuir para a valorização dele, jamais a depreciação. A participação das crianças fortalecerá as relações, evitando conflitos de interesses, já que todos terão um só objetivo e compromisso, o bem comum”, afirma.

Sustentabilidade em vista

A onda de sustentabilidade já chegou a diversos condomínios do país inteiro há algum tempo, e a tendência é que os conceitos sustentáveis sejam disseminados e, cada vez mais, incorporados no dia a dia de todos. As campanhas para que as pessoas fechem a torneira enquanto escovam os dentes, juntem muitas peças de roupa para lavar de uma vez e procurem vazamentos pela unidade já não são mais a prioridade dos síndicos. As inovações tecnológicas que visam economizar dinheiro e recursos naturais estão em alta.

Há quatro anos, Hélio Breder é o síndico do Condomínio Cezanne, localizado na Zona Norte do Rio. O síndico profissional conta que seu condomínio tem um programa de sustentabilidade que trata das questões da economia de água e de energia elétrica e do manejo do lixo. Em 2012, Breder decidiu construir uma estação de captação de água. Engenheiro de formação, o síndico sabia que o projeto traria economia para o condomínio. “A ideia surgiu, em primeiro lugar, pela minha formação profissional em engenharia, que é voltada para a preservação dos recursos naturais, e depois pelo fato de representar redução de despesa para o condomínio”, conta. E a economia foi grande mesmo. O condomínio fez um investimento de R$ 3.200 e chega a economizar quase R$ 15 mil por ano.

A estação funciona da seguinte maneira: foram instalados, no térreo, dois reservatórios com capacidade para armazenar 3 mil litros de água cada um, totalizando 6 mil litros. O sistema é interligado por um ponto de captação de água principal e outros secundários, que recebem água do play, da ducha e da aspiração do fundo da piscina. Quando as caixas estão cheias, as boias fazem a contenção do excesso de água, evitando o transbordamento. “A água coletada pela estação – que levou quatro semanas para ser construída – é utilizada para a limpeza das áreas comuns do prédio e rega de uma ampla área de jardins. Eu aconselho outros síndicos a desenvolverem projetos como esse, sobretudo para reduzir o consumo de água potável, mas é importante, inicialmente, fazer um planejamento para saber que necessidade de água de reúso será demandada, para dimensionar o tamanho da estação. Nossa estação, além de captar água da chuva, capta também água das piscinas, oriunda da lavagem do filtro e da aspiração. Essa característica é importante porque, mesmo em época de estiagem, a estação continua funcionando”, explica.

O sucesso do projeto e a economia de água potável alcançada tiveram um coadjuvante importante, outro programa, implantado junto com a estação de captação de água, o Vazamento Zero. “Nele, o condomínio efetua a troca ou faz o reparo gratuitamente de válvulas de descargas, torneiras e registros das unidades. Além disso, instalamos reguladores de fluxo de vazão nas áreas comuns e torneiras com fechamento automático temporizado na área do play, evitando a perda de água por vazamentos”, conta.

Mas se engana quem pensa que as atitudes verdes do síndico pararam por aí. Para reduzir o consumo de energia elétrica, Breder automatizou o tratamento da água da piscina, substituiu 23 lâmpadas incandescentes de 100w por eletrônicas de 15w, trocou 72 reatores e lâmpadas de 20w por eletrônicas de 15w, reprogramou os elevadores para evitar viagens vazias, instalou sensores de presença em garagens, corredores e elevadores e instalou lâmpadas LED nas escadarias e nos jardins. Tudo isso gerou uma economia de cerca de R$ 15 mil ao ano.

O síndico também implantou a coleta seletiva, outra iniciativa sustentável que merece ser replicada por outros condomínios pelo país. O lixo molhado é separado do seco e é reciclado; o tão temido óleo de cozinha também é coletado e destinado à reciclagem; pilhas, baterias, lâmpadas e lixo eletrônico são mandados para os locais
corretos para descarte.

Boa gestão, bons resultados

Uma boa gestão é capaz de proporcionar mudanças incríveis em um condomínio. Uma prova disso é o que Henriette Krutman, que foi síndica do Condomínio Cantinho, na Zona Sul da cidade, fez. A advogada, que também é administradora, não é síndica profissional, mas levou sua experiência em gestão para seu condomínio e implantou uma série de ações que deram outra cara ao prédio. Ao assumir como síndica, Henriette encontrou um cenário nada animador. Além de uma dívida de R$ 42 mil, alguns funcionários, como seguranças e piscineiros, trabalhavam sem registro, o que poderia gerar ações trabalhistas. A primeira ação da síndica foi demitir esses funcionários e fazer um acordo com eles. Segundo Henriette, apenas com essa mudança eles evitaram um gasto de cerca de R$ 200 mil.

Outras ações que merecem destaque são as que beneficiaram os funcionários do condomínio. A síndica disponibilizou plano de saúde, com opção para dependentes, e um espaço exclusivo para realizar as refeições, assistir à TV e relaxar durante os horários de almoço e de lanche. Além disso, Henriette também investiu na capacitação deles, que fizeram uma série de cursos, entre eles combate a incêndio, de porteiro e o Porteiro Amigo do Idoso, tudo isso em busca de melhorias no relacionamento entre os funcionários e os moradores.

A síndica também investiu em acessibilidade, garantindo o bem-estar e a melhoria na qualidade de vida de idosos e portadores de necessidades especiais que, segundo ela, somam 18% dos moradores do condomínio. Os elevadores possuem botões em braile, para os deficientes visuais; existe uma cadeira de rodas do próprio edifício na portaria; os banheiros das áreas comuns do condomínio são equipados com barras auxiliares para deficientes físicos e adaptados para crianças. O prédio foi todo ajustado para facilitar a locomoção de pessoas com necessidades especiais, desde o subsolo até a cobertura. Além disso, Krutman elaborou um cadastro para emergências médicas e uma planilha para o monitoramento de moradores que vivem sozinhos, entre outras ações.

Sustentabilidade, com certeza, foi uma palavra que marcou a gestão da síndica Henriette Krutman. Ela implementou uma série de ações verdes que conferiu ao condomínio, além de economia, a satisfação dos moradores. A coleta seletiva do lixo é algo que já faz parte do dia a dia do condomínio desde o início da gestão da síndica. Os moradores descartam o lixo orgânico, separam o que pode ser reciclado – jornais, latas, vidros, garrafas pet e os recipientes com óleo de cozinha – na própria lixeira do andar e os faxineiros recolhem esse lixo três vezes ao dia. No subsolo os recicláveis são separados, as latas são vendidas – a renda vai para os faxineiros –, o óleo é recolhido por uma cooperativa e todo o restante é recolhido pelo caminhão da coleta seletiva da Comlurb.

Quando se fala em energia solar, a maioria das pessoas pensa que se trata de projetos que só acontecerão daqui a alguns anos, mas no condomínio de Henriette isso já é realidade há muito tempo. O condomínio utilizava caldeiras movidas a gás para o aquecimento da água de todo o prédio. No início de sua gestão, as contas de gás chegavam a R$15 mil mensais, por isso, a síndica buscou soluções que pudessem gerar economia e encontrou os painéis solares, que utilizam o calor do sol para o aquecimento da água. Foram instaladas 40 placas ao todo e, para os dias de pouca incidência solar, foram inseridas bombas de calor auxiliares. “Quando não há energia solar disponível para o aquecimento (durante a noite, em dias chuvosos etc.) entram em funcionamento as, bombas de calor, que mantêm a água aquecida no reservatório para suprir a demanda. A água é bombeada da cisterna (no subsolo) até a cobertura, passando pelo filtro central antes de entrar na caixa de água fria. De lá, ela passa a circular pelos painéis solares para ser aquecida. Quando atinge a temperatura ideal, é armazenada na caixa térmica (de água quente)”, explica Henriette.

Desde agosto de 2008, quando as placas de aquecimento solar e as bombas de calor substituíram as caldeiras a gás, até junho de 2014, a média do consumo de energia elétrica pelas bombas de calor foi de R$ 3.500 por mês, que deixaram longe aqueles R$ 15 mil gastos com gás e promoveram uma economia de cerca de R$ 11.500 mensais nas contas do condomínio. Além de tudo isso, toda a água consumida no prédio passa antes por um filtro central, que tem capacidade para filtrar quase 6 mil litros de água por hora. Com isso, todos os pontos de água do condomínio têm água filtrada. “Implantei uma gestão voltada para a qualidade e a sustentabilidade. O conceito de sustentabilidade está vinculado à responsabilidade social. É um conjunto integrado de ações que visa à preservação dos recursos naturais, à saúde e qualidade de vida dos moradores e funcionários e busca da eficácia nos resultados. A conduta ética e transparente deve permear as ações. Incluem-se aí: acessibilidade e segurança; vida saudável; sociabilidade; comunicação interna (como mediação de conflitos); política de RH e equilíbrio financeiro. O condomínio ideal é aquele em que gestores e moradores agem em consonância com esses princípios. O sucesso no desempenho do cargo depende muito da capacidade de gestão do síndico, mas também de características pessoais como flexibilidade e habilidade para apaziguar ânimos e buscar o consenso; ao mesmo tempo, é preciso ter pulso, ser incisivo na defesa das regras da convenção e do regulamento interno ”, diz.

Henriette Krutman não é mais síndica do condomínio desde o início de 2015, mas todas as suas ações, nos oito anos em que foi síndica do Condomínio Cantinho, servem como inspiração para todos os síndicos que desejam fazer um bom trabalho, pautado na dedicação, na sustentabilidade e na boa vontade.

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