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Vazamentos de jardineiras podem causar muitos prejuízos

Infiltração nas instalações do condomínio é um dos aborrecimentos mais chatos para um síndico resolver. Isso porque, muitas vezes, é difícil identificar a causa do vazamento. Enquanto não é encontrado o foco do problema, os danos na estrutura do edifício podem aumentar rapidamente e o reparo pode custar muito mais caro.

As lindas jardineiras que compõem a fachada dos prédios podem ser responsáveis por essa tremenda chateação. Geralmente elas ficam nas varandas, nas janelas e nos parapeitos da garagem e da cobertura. O que a princípio seria para deixar o ambiente do condomínio mais agradável, com uma estética legal, pode se tornar uma dor de cabeça para os moradores e para o síndico especialmente.

A infiltração nesses casos ocorre quando as raízes das plantas crescem em excesso para captar água e acabam chegando ao cimento. A força da planta é tanta que faz a parede ceder e provocar vazamentos. Com o tempo, a raiz se infiltra na tubulação do prédio causando obstruções.

Melhor prevenir do que remediar

Manchas amareladas, bolhas e goteiras são alguns sinais do problema. Caso o morador se depare com um deles, é aconselhável que não demore a sinalizar ao síndico para que um especialista seja chamado e identifique em que estágio está a infiltração, de onde ela vem e então fazer o reparo.

Com experiência na área, Sebastião Leite, diretor-sócio da empresa de manutenção predial Ferrari Leite, afirma que, para evitar contratempos, é preciso renovar constantemente a impermeabilização da jardineira e ficar atento ao escoamento da água. “Na maioria das vezes, a razão por ter dado um vazamento é a falta de atenção do condomínio nesse quesito. O ideal é refazer anualmente a impermeabilização do local onde estão as plantas. Senão, pode causar uma goteira no vizinho ou na própria casa. Com certeza, o gasto para fazer esse reparo vai ser maior do que a manutenção regular”, explica o diretor.

Ainda de acordo com Sebastião Leite, o pior dano que pode acontecer é a oxidação da ferragem, isto é, os vergalhões que estruturam o concreto se enferrujam. Para acabar com a infiltração é necessário esvaziar toda a jardineira, impermeabilizar o local com manta líquida e trocar os tubos pelos quais a raiz se infiltrou. “Se a ferragem oxidar tem que ser feita uma análise da situação. Se mais de 15% do ferro ficou danificado, não tem jeito, vai precisar trocar o vergalhão. Caso contrário, é mais simples. É possível abrir o cimento para chegar até a estrutura afetada. Dessa forma, é preciso passar uma escova de aço onde oxidou e aplicar um inibidor de ferrugem”, avalia.

O condomínio é o responsável pelas despesas de reparos causados por infiltração oriunda de jardineiras que fazem parte da estrutura do prédio. No caso do condomínio residencial Edifício Terrasse João Dale, que conta com dez andares e se localiza na zona norte da cidade, as raízes das plantas da cobertura do prédio, que funciona como área de lazer, portanto área comum, causaram um vazamento no apartamento de Antônio Valente, que mora no andar debaixo. “Primeiro apareceu uma mancha no teto do meu quarto, em seguida, surgiu uma goteira. Depois que avisei ao síndico, ele demorou para tomar providências, e quando identificaram que a origem do vazamento era do jardim de cima já tinha passado pouco mais de um ano”, lembra o morador. Como resultado, uma obra grande e onerosa foi necessária. Além disso, descobriram que havia um problema com o escoamento da água das jardineiras daquela coluna porque a do quarto de Antônio Valen te também tinha começado a vazar no vizinho debaixo. No fim das obras, o síndico optou por colocar vasos de plantas para substituir o antigo jardim na cobertura. Já Antônio, preferiu não colocar mais planta nenhuma e deixou sua jardineira vazia.

Vasos de planta são a nova moda

Mesmo com a possibilidade de voltar com as jardineiras após a reforma, muitos condomínios estão optando por trocá-las por vasos de plantas para evitar problemas. Nanci Santos, paisagista, diz que hoje tem muita gente querendo decorar a casa com plantas para dar um visual mais ecológico ao apartamento.

Especialista no assunto, ela aconselha que há opções mais interessantes que as jardineiras tradicionais. “Esses jardins dão trabalho e podem causar muito aborrecimento se não tiverem a atenção necessária. Até porque as pessoas costumam colocar palmeiras, que têm uma raiz grande. Uma boa alternativa para quem decidiu tirar a jardineira e não quer deixar um buraco vazio é colocar vasos de plantas e preencher o entorno com argila expandida ou pedras decorativas.” Sobre o que plantar no vaso, Nanci ressalta que não há uma regra, é preciso analisar se o local que pega sol, chuva, vento… para, enfim, decidir qual é o vegetal mais apropriado.

Manutenção regular para garantir a segurança

Fazer manutenção no condomínio com frequência vai muito além da questão estética, é garantir segurança. Em Fortaleza, em 2015, a varanda de um prédio residencial de sete andares desabou por causa do rompimento de uma viga de concreto fruto de uma infiltração da jardineira. O desabamento aconteceu enquanto estava sendo feita uma reforma para conter o vazamento. Um operário que trabalhava na obra morreu e outros dois ficaram feridos. O prédio teve que ser evacuado e ficou interditado por um ano. Com esse evento, fica claro que uma inocente jardineira pode causar estragos que vão além do prejuízo material. Não vale a pena ignorar a necessidade de uma vistoria técnica.

O engenheiro civil Alvaro Dantas, consultor e proprietário da empresa ARD Planejamento e Serviços de Engenharia,
ressalta: “Considero importante a avaliação de um profissional técnico em caso de qualquer reforma, acréscimo, mudança
de local ou mesmo retirada de jardineiras, estejam elas localizadas em coberturas ou em áreas comuns do edifício. Somente dessa forma podem ser atestadas as condições da impermeabilização utilizada ou o sistema novo a ser implementado. Esse cuidado visa precaver o condomínio de futuros danos com infiltrações ou acidentes bem mais sérios”, avisa.

A Prefeitura do Rio de Janeiro instituiu, em 2013, a Lei de Autovistoria (Decreto no 37.426/13), que obriga todas as edificações com mais de dois pavimentos a passarem por uma vistoria a cada cinco anos. A inspeção deve ser feita por um engenheiro ou arquiteto habilitado no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) ou Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU). Depois da análise, o profissional emite um laudo sobre as condições do prédio em que diz se há a necessidade de reformas ou se está tudo dentro das diversas leis em vigor.

Alvaro Dantas é categórico: “Dificilmente um condomínio atende a todas as regras. Normalmente, há algumas adequações a serem feitas e que não podem, em hipótese alguma, ser negligenciadas por parte do síndico. São muitos detalhes em diferentes áreas. O síndico deve estar atento ao contratar uma empresa para fazer a autovistoria obrigatória, que deve contemplar toda a estrutura do condomínio”, ressalta.

O engenheiro faz outro alerta: “Os prédios com mais de 30 anos precisam de um olhar muito cuidadoso: “Em Copaca-
bana, por exemplo, temos muitos prédios bem mais antigos. E a parte elétrica deles é muito preocupante, até porque é sabido que a maioria dos incêndios é causada por problemas de eletricidade”, finaliza.

Agora imagine um prédio antigo desses, com a parte elétrica comprometida, e uma jardineira causando infiltração por
cima? O resultado pode ser assustador. Não vale a pena pagar para ver. Vale a pena pagar uma vistoria e não ter prejuízos inimagináveis.

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