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O para-raios garante que a descarga elétrica seja dissipada de forma segura até o solo

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Quem não lembra o filme De volta para o futuro? O personagem principal do ator norte-americano Michael J. Fox viaja em um carro, que é uma máquina do tempo, e volta para o passado para resolver questões familiares. O rapaz, no entanto, só consegue voltar para o tempo atual com a ajuda de um amigo cientista, que desenvolve uma espécie de para-raios que dá uma descarga elétrica muito forte no carro, fazendo com que ele retorne para o futuro. 

Na vida real, o para-raios foi inventado em 1752 por Benjamin Franklin, nos Estados Unidos. Até hoje, os edifícios, monumentos e estátuas são protegidos por para-raios. No Brasil, o clima tropical e a grande extensão de terras fazem com que o país seja o líder mundial de incidência de raios. Em 2020, foram registrados 144 milhões de quedas de raios no país, segundo dados do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). E desmentindo o ditado popular que defende que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, é comum a incidência da descarga elétrica no mesmo local. Para se ter uma ideia, o Empire State Building, em Nova Iorque, já foi atingido oito vezes em apenas oito minutos. O prédio é conhecido por ser um dos mais altos do mundo. Construído no início da década de 1930, tem aproximadamente 440 metros de altura e mais de 100 andares.

O Cristo Redentor, por estar no topo de uma montanha de mais de 700 metros, é frequentemente atingido por raios. De acordo com dados do Inpe, a estátua recebe, em média, seis raios por ano. Em 2014, a descarga elétrica foi tão forte que danificou a mão e o rosto do monumento. Foram feitas reformas, e toda a estrutura de para-raios existente nos braços e na coroa do Cristo foi ampliada.  

Apesar de os condomínios estarem na parte mais urbana e não serem tão altos, os imóveis devem ter o equipamento funcionando perfeitamente, sobretudo no verão, quando a incidência de chuva e raios é ainda maior. A maneira de ficar mais protegido é fazendo a manutenção do Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA), conhecido como para-raios. O equipamento é fundamental para proteger os imóveis e as pessoas de descargas elétricas. Além disso, o uso de para-raios é obrigatório para prédios com mais de 30 metros de altura, conforme o Código de Segurança contra Incêndio e Pânico, do Decreto Estadual do Rio de Janeiro número 897, de 21 de setembro de 1976, art. 168. A norma que regulamenta esse tipo de equipamento no Brasil é a NBR 5.419 (veja a norma completa no box ao final da matéria). De acordo com a Defesa Civil, um raio ou relâmpago pode ser considerado a mais violenta manifestação da natureza. “Numa fração de segundos, um raio pode produzir uma carga de energia cujos parâmetros chegam a atingir valores tão altos quanto 125 milhões de volts, 200 mil ampères, 25 mil graus Celsius.”

Moisés Cukier, diretor-geral da JJM Equipamentos de Combate a Incêndio, diz que a função do SPDA é proteger contra essas descargas atmosférica, amenizando o impacto delas. O para-raios é feito com uma haste de metal ligada à terra por um fio condutor de cobre. Na extremidade superior existe uma coroa coberta por platina que ajuda a suportar o forte calor gerado pela descarga elétrica. Quando um raio atinge uma edificação protegida, a descarga percorre o equipamento, chega ao sistema de cabos e continua até o solo, onde se dispersa e perde força. Ou seja, contradizendo o próprio nome, o para-raios não interrompe o raio, mas permite que a descarga elétrica seja dissipada de forma segura até o solo.

Se o equipamento não estiver em bom estado, o edifício corre risco. Em 2019, o síndico Leandro Matias teve problemas no condomínio que administra. Um raio atingiu um prédio e acabou danificando cinco porteiros eletrônicos e o motor da cancela de entrada de veículos. “Nosso sistema de para-raios não estava com a manutenção em dia, o que trouxe prejuízo financeiro ao condomínio.” Leandro administra o Condomínio Geremário Dantas, na zona oeste, desde 2018. Com o acidente, ele diz que a manutenção do equipamento é uma prioridade e está sempre em dia com ela. 

Felizmente, no caso de Leandro, o prejuízo foi só financeiro e ninguém ficou machucado. Mas acidentes com raios são muito perigosos. Se um funcionário ou morador estiver na cobertura de um prédio que não tenha um aterramento adequado, ele pode ser atingido. Também há a possibilidade de acidentes dentro de casa se o sistema de para-raios não estiver funcionando adequadamente: as pessoas podem tomar choque ao mexer em aparelhos de celular ligados à tomada ou usar secadores de cabelo, por exemplo. 

Moisés, diretor da JJM, alerta que podem acontecer vários danos, o mais grave seria um incêndio, que pode atingir grandes proporções em decorrência de curtos na rede elétrica. “Todos os equipamentos de para-raios devem cumprir o que determina a norma NBR 5.419, que é quem normatiza todo o sistema. Além disso, as antenas de TV e internet que ficam no alto dos prédios devem estar interligadas ao sistema, afinal, são peças metálicas e atraem raios.” 

Síndico desde agosto de 2021 do Condomínio Spazio Verde, na zona sul da cidade, Wilson Luiz Ribeiro afirma que faz a manutenção do Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) de seis em seis meses. “Além dos para-raios, também mantenho em dia mangueiras e extintores. Tudo que faz parte da segurança do prédio tem que estar em ordem. A mangueira, por exemplo, pode ficar anos sem ser usada, então, se não fizer a manutenção, na hora H, pode causar um transtorno muito grande.”

E realmente o síndico tem que ter essa preocupação. Moisés, da JJM, afirma que “de acordo com a legislação em vigor, o síndico, os administradores e/ou o preposto são responsáveis pela manutenção preventiva e/ou corretiva de todas as instalações do condomínio, de modo que podem responder civil e criminalmente se houver algum acidente”. Outro fator importante é que, muitas vezes, o seguro se nega a pagar a indenização se ficar comprovado que o SPDA estava fora dos parâmetros legais. 

O cuidado com os jardins e as áreas descampadas do condomínio também deve ser uma preocupação do síndico. Além da queda de raios, a chuva forte e a ventania podem causar estragos, ainda mais quando as árvores são mais velhas. É comum vermos árvores enormes caírem pelas ruas da cidade e danificar automóveis, interditar ruas e até destruir imóveis. Em dezembro de 2021, ventos fortes arrancaram uma árvore da calçada e ela acertou um prédio na Rua São Clemente, em Botafogo. Por pouco, o dono do imóvel, o dentista José Ximenes, de 66 anos, não foi atingido dentro do apartamento.

O condomínio administrado por Leandro tem 18 blocos e 240 apartamentos e uma área com um belo jardim. “Nosso condomínio possui muitas árvores, a maioria delas amendoeiras. Cuidamos da poda das árvores, mas, nesta época do ano, o serviço é redobrado por causa das chuvas, que são acompanhadas de ventos fortes, o que pode ocasionar queda de galhos e, consequentemente, prejuízos para moradores e condomínios.” Este também é um cuidado que Wilson tem: “Aqui na frente do prédio tem seis palmeiras e um jardim bem na entrada. Essas palmeiras são tratadas mensalmente. Nós aparamos e colocamos veneno contra praga. Não só nelas, mas em todo o jardim. Tem que cuidar das árvores porque a chuva forte pode causar danos.”

Essa atenção é importante para a segurança de todos. O diretor da JJM orienta que “a manutenção do sistema de SPDA tem que incluir a verificação da parte superior (cabos, isoladores, mastros, captores, sinaleiras) e da parte inferior (aterramento com medição ôhmica) do equipamento, o que gera um laudo e Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) assinado sempre por engenheiro elétrico”. E para que o serviço seja feito de maneira segura, o ideal é contratar uma empresa especializada com profissionais qualificados. “Primeiro, a empresa deve apresentar seus credenciamentos, referências de serviços já executados, qualificação do engenheiro que assinará o respectivo laudo e credibilidade do trabalho. Cuidado com o barato, porque ele pode sair caro. Nossa empresa existe desde 1996 e tem toda a documentação exigida pelo Inmetro, Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) e Corpo de Bombeiros, assim, prestamos serviços de manutenção preventiva e corretiva para mais de 5 mil condomínios e outras empresas”, afirma Moisés, diretor-geral da JJM.  

O prédio administrado por Wilson tem mais de 15 anos. São 36 apartamentos e seis coberturas. Também tem uma estrutura de lazer grande. “Quando vou contratar uma empresa, avalio se ela é conhecida no mercado, pergunto a amigos, outros síndicos… Além de ver se ela tem certificação, se está dentro da lei. Tem que tomar cuidado, porque tem muito charlatão.” Wilson comprou o apartamento na planta e mora lá desde que ficou pronto. Ele é aposentado da Petrobras, onde trabalhava com gestão de pessoas e sistemas. Aproveitou a experiência que tinha na vida profissional para contribuir com a gestão do condomínio. “Acredito que a segurança é a parte mais importante. Nesse sentido, o preço não é o principal. Procuro também empresas que estão abertas a novidades e me oferecem produtos mais modernos.” 

Leandro defende que o síndico deve ser orientado por um engenheiro de confiança, dessa forma, fica mais fácil a escolha de empresas especializadas para a realização dos serviços de manutenção dos para-raios. “Sem dúvida, o que procuro levar em consideração é a qualidade e a reputação da empresa, se ela está adequada às normas de segurança e cumpre os requisitos necessários para a prestação do serviço. Nesse tipo de serviço o custo fica em segundo plano. É um trabalho no qual não cabem falhas”, conclui.

 

Norma NBR 5.419 (a norma foi atualizada em 2015) 

Os principais pontos que devem ser cumpridos são: 

– a inspeção visual do equipamento deve ser realizada a cada seis meses;

– alteração no número de cabos de descida que conduzem a energia elétrica para o solo, ou seja, os condomínios precisam de cabos condutores de descida instalados a cada 15 metros;

– instalação de Dispositivo Protetor de Surto (DPS) em todos os quadros elétricos das áreas comuns do condomínio;

– outro ponto que a norma pontua é a exigência de para-raios e SPDA no prédio e altura mínima para a instalação do para-raios de 25 metros.

 

Mitos × verdades 

Mitos 

– Se não está chovendo, não caem raios

– Sapatos com sola de borracha e pneus de automóvel evitam que uma pessoa seja atingida por um raio

– As pessoas ficam carregadas de eletricidade quando são atingidas por um raio e não devem ser tocadas

– Um raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar

 

Verdades

– Os raios podem chegar ao solo a até 15 km de distância do local da chuva

– Solas de borracha e pneus não protegem contra os raios. No entanto, a carroceria metálica do carro dá uma boa proteção a quem está em seu interior, desde que não toque nas partes metálicas; mesmo que um raio atinja o carro, é sempre mais seguro estar dentro do que fora dele

– As vítimas de raios não “dão choque” e precisam de socorro médico urgente, sobretudo de reanimação cardiorrespiratória

– Não importa qual seja o local, ele pode ser atingido por raios repetidas vezes durante uma tempestade. Isso acontece até com pessoas. O guarda florestal norte-americano Roy Sullivan foi atingido sete vezes durante a vida. Sofreu pequenas queimaduras, contusões, tombos e roupas rasgadas. Hoje, aposentado, Roy mora numa casa reboque com um para-raios em cada quina.

 

Fonte: Defesa Civil do Estado do Rio (http://www0.rio.rj.gov.br/defesacivil/raios.htm)

 

Serviço:

JJM Equipamentos de Combate a Incêndio
[email protected]
(21) 2560-5396/2560-5955/98621-8409

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