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Caramujos africanos

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Lentos, porém vorazes e perigosos

O caramujo africano (Achatina fulica) é uma espécie invasora originária do leste-nordeste da África e chegou ao Brasil na década de 1980, com o objetivo de ser cultivado como escargot. “O projeto de cultivo não teve sucesso, e muitos desses caramujos foram liberados no ambiente, no qual se adaptaram e se proliferaram rapidamente”, explica a paisagista Katia Neves, especialista em paisagismo e jardinagem. “No Rio de Janeiro, com o clima quente e úmido, as condições foram ideais para que os caramujos se espalhassem rapidamente, principalmente em jardins e áreas urbanas.”

A adaptação do caramujo africano foi tão bem-sucedida que ele se tornou uma presença constante em muitos condomínios, e o problema se agravou. “Além de serem prejudiciais à agricultura, esses moluscos são conhecidos por serem hospedeiros de parasitas que podem causar doenças em humanos, como a meningite eosinofílica e a angiostrongilíase abdominal. A transmissão acontece, principalmente, pelo contato com o muco do caramujo ou pela ingestão de alimentos contaminados”, alerta Katia.

A especialista ainda destaca que, além dos riscos à saúde, a presença do caramujo africano pode prejudicar gravemente a biodiversidade local, pois ele tem potencial de destruir plantações e jardins, competir com espécies nativas e afetar a qualidade do solo.

Como combater a infestação de caramujos africanos?

Felizmente, existem maneiras eficazes de controlar a infestação desses caramujos. Katia compartilha algumas dicas para síndicos e gestores de condomínios lidarem com a praga:

  1. Catação manual – A coleta manual é o método mais eficaz de controle. Deve ser feita utilizando luvas e sacos plásticos, preferencialmente no início da manhã ou após a chuva, quando os caramujos estão mais ativos. Depois, adicione sal ou cal virgem ao saco para garantir a eliminação deles.
  2. Uso controlado de sal – O sal é eficiente porque desidrata os caramujos, mas deve ser usado com cautela. Em excesso, pode prejudicar o solo e afetar as plantas. A aplicação deve ser feita apenas em áreas cimentadas, como calçadas e garagens, e nunca diretamente no solo.
  3. Eliminação dos ovos – Revolver a terra nos jardins pode ajudar a encontrar os ovos do caramujo, que são pequenos e de cor clara. Após a coleta, quebre os ovos e enterre-os com cal virgem para impedir sua eclosão.
  4. Manutenção do ambiente – Manter o ambiente limpo é fundamental. Remover entulhos, folhas e materiais que possam servir de abrigo dificulta a proliferação dos caramujos.
  5. Higienização de alimentos – É muito importante lavar bem hortaliças, frutas e verduras, principalmente se o condomínio tiver horta em uma área afetada pela infestação. Uma boa opção é deixar os alimentos de molho em uma solução de água sanitária (uma colher de sopa para um litro de água) ou vinagre por 15 a 30 minutos.

A experiência de condomínios

No Condomínio Barbacena, localizado na zona sul do Rio de Janeiro, a síndica Clarisse Bokel compartilha sua experiência com a infestação de caramujos africanos. “Sempre tivemos esse problema aqui. Quando chove, eles aparecem nos jardins e podem invadir calçadas e até as garagens se não houver controle. Sabemos que, quando encontramos um caramujo grande, provavelmente há dezenas de menores espalhados pelo local, o que faz com que se proliferem com uma velocidade impressionante”, conta Clarisse.

Para resolver o problema, Clarisse conta com a empresa de jardinagem que já cuida de seus jardins habitualmente e que faz visitas três vezes por semana para limpar os jardins e realizar a catação manual dos caramujos. Inicialmente, ela teve ajuda da Comlurb, que ensinou como lidar com a infestação.

“Recomendo que todos os condomínios que enfrentam esse problema chamem a Comlurb e sigam suas orientações. Se todos se engajarem no controle adequado desses bichos, podemos eliminar essa praga e criar um ambiente mais seguro para todos”, diz a síndica.

Severino dos Ramos Oliveira, jardineiro há 27 anos no Condomínio São João Del Rey, que fica próximo ao Barbacena, também reforça a importância do controle coletivo. “Esse problema não é exclusivo de um único condomínio. Se todos os prédios vizinhos adotassem as mesmas práticas de catação manual e o uso de sal, já teríamos conseguido controlar a situação. A chave está no esforço conjunto”, afirma Severino.

 

A solução está na união

O controle do caramujo africano é um desafio coletivo que requer o empenho de todos. Como afirmam Clarisse e Severino, é fundamental que os condomínios vizinhos se unam para combater a infestação de maneira eficaz. A ação conjunta é crucial para reduzir a população dessa praga e evitar que ela continue a se espalhar, colocando em risco a saúde dos moradores e a qualidade dos jardins urbanos.

Portanto, síndicos, se seu condomínio ainda não adotou medidas para combater o caramujo africano, agora é o momento de agir. A catação manual, a eliminação dos ovos, o uso controlado de sal e a manutenção constante dos jardins são passos simples, mas essenciais para garantir a segurança e a saúde de todos. E, acima de tudo, a colaboração entre os condomínios vizinhos pode ser a chave para erradicar essa praga de forma definitiva.

 

 

Serviço:

Katia Neves Paisagismo
www.katianevesjardins.com
(21) 98677-0701 /98191-4972 

 

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