Moradores, funcionários e síndicos unidos podem contribuir com um reinado de Momo tranquilo
Chegou o Carnaval 2017. A maior e mais famosa festa popular brasileira. Em 2016, a cidade do Rio de Janeiro, segundo a Secretaria Especial de Turismo (Riotur), recebeu mais de 1 milhão de turistas, que movimentaram cerca de R$ 3 bilhões. Esse espetáculo, que encanta a todos, altera a rotina do país e a dos condomínios mais ainda.
A festa de Momo é um desafio para os edifícios residenciais e comerciais. A movimentação nos prédios costuma ser maior e até mesmo diferente nesse período. Com a chegada do Carnaval, o número de aluguéis por temporada aumenta, principalmente na zona sul e no Centro do Rio; os amigos e familiares abrem as portas de suas residências para quem vem de fora; o entra e sai de pessoas fantasiadas nos horários dos blocos carnavalescos agitam os edifícios e as áreas de lazer dos prédios recebem maior quantidade de moradores, normalmente aqueles que optam por curtir a cidade durante os dias de folia.
Mas os síndicos e administradores estão atentos à questão da segurança? A revista Condomínio etc., da CIPA, foi atrás dessa resposta com quem entende e participa ativamente do cotidiano dos prédios.
No coração da folia
O Condomínio do Edifício Silva Ramos, administrado pela CIPA, fica num dos locais mais agitados do Rio: o Centro. Pela porta do prédio passam muitos blocos, que arrastam milhões de foliões. Logo, fica mais suscetível a aglomerações em sua entrada. Mesmo não funcionando nessa época, todo prédio comercial precisa de um cuidado extra. O síndico Antônio Wanis é prevenido e sempre está atento, mantendo tudo em perfeita ordem para evitar transtornos e até mesmo vandalismo.
“Temos câmeras espalhadas pelo condomínio; monitoramento interno em todas as dependências e externo feito com dois equipamentos, que dão uma boa visão da rua. Por intermédio da internet, conseguimos vigiar todas as câmeras de qualquer lugar”, revelou o síndico.
Segundo ele, o edifício tem uma portaria pequena, com uma porta de vidro temperado, e ainda existe o reforço com outra, de alumínio resistente. Com essa medida adotada, o funcionário do condomínio não é visto pelos transeuntes, o que facilita a segurança do prédio e do próprio vigia.
O síndico informa que o prédio não abre no período de Carnaval e que a portaria é fechada. Mesmo assim as orientações são reforçadas para funcionários e condôminos. Caso alguém que trabalhe no condomínio precise acessar a sala comercial, é necessário combinar antecipadamente o dia e o horário que pretende entrar no local. “Uma maneira de ajustar a necessidade do condômino com as do edifício”, afirmou Antônio Wanis.
Com os cuidados que foram tomados nos anos anteriores, não houve registro de atos de vandalismo nessa época.
Normalmente em áreas de grande concentração de blocos existe um problema, que é o folião fazer suas necessidades nas portas dos prédios que estão fechados. Wanis informa que acontece
esse tipo de atitude de uma ou outra pessoa. “Atualmente, é muito pequeno esse problema, onde o Silva Ramos está localizado, porque a Prefeitura colocou banheiros químicos ao longo da avenida”, esclareceu.
Para o sindico, cada prédio tem sua particularidade, mas ele dá uma orientação importante para os administradores? “Instrui os funcionários do edifício a lidar com os foliões que, nessa época, ficam sem noção e, às vezes, sem limites. A ideia é nunca confrontar ou discutir, e sim dia logar, caso ocorra algum imprevisto”
Toda hora é hora de brincar o Carnaval
A folia tem hora para começar? E para acabar? Difícil responder. Depende do ânimo do folião. Tem uns que adoram acordar cedo para sair nos blocos que desfilam pela cidade às 7h, 8h da manhã. Outros já preferem pular Carnaval naqueles que saem durante o período da tarde e à noite. E ainda existem os que vão assistir aos desfiles das escolas de samba ou cair na folia nas festas carnavalescas que rompem as madrugadas.
Alguns moradores iniciam os preparativos do reinado de Momo nos apartamentos, reunindo os amigos e familiares para um “esquenta”. O entra e sai constante requer atenção redobrada dos porteiros e dos síndicos dos condomínios, principalmente, nos edifícios centrais mais próximos aos desfiles de blocos.
Diante desse cenário momesco, os prédios residenciais são afetados diretamente e alguns condôminos, que querem ficar longe dafesta, acabam tendo algum incômodo. Para manter a tranquilidade do edifício e de seus moradores, a ordem é cair na folia com responsabilidade e respeito.
Walneyde de Souza, síndica do Estrela do Leme, um grande condomínio localizado na zona sul do Rio e administrado pela CIPA, tem o maior cuidado para agradar a todos: moradores e visitantes. Sempre de olho na segurança.
Os três blocos, com 216 apartamentos, são monitorados por câmeras na área externa do prédio, nas três portarias de serviço, na portaria social, nas garagens, no playground, nos três halls sociais, nos elevadores e na parte de fora que fica nos fundos do edifício, que abrange uma mata de encosta, com alarmes e sensores de presença. Além disso, o condomínio fica em uma rua sem saída, com vigilância desarmada durante 24 horas, o que contribui para garantir a segurança de todos.
Mas as ações para evitar surpresas desagradáveis não param por aí. “Na época do Carnaval e de grandes festas, há aumento de funcionários para a vigilância e o controle da utilização dos elevadores”, ressaltou a síndica.
De acordo com Walneyde de Souza, outras providências são tomadas: “O rigor na entrada de pessoas estranhas ao prédio é maior, só aquelas autorizadas podem entrar. Os hóspedes temporários são devidamente identificados perante o condomínio e instruídos sobre as normas do prédio pela agência que os encaminhou. Advindas quaisquer anormalidades, entramos em contato com a agência de imediato.”
Como o condomínio tem vagas para visitantes, no Carnaval é intensificado o alerta e há aumento de fiscalização para estacionar o carro. “Há limites de vagas para o estacionamento de visitantes, e todos são previamente identificados, motoristas e veículos, com um cartão específico”, enfatizou.
Com a adoção dessas medidas, os carnavais têm sido tranquilos para os moradores do condomínio.
Manutenção em dia
Câmeras, cercas, centrais de TV, sensores e tantos outros equipamentos devem estar em perfeito estado, ou seja, a manutenção tem que estar em dia. A segurança do condomínio e de seus moradores não pode falhar, principalmente ao longo do Carnaval. A revista Condomínio etc. e a Polícia Militar do Rio de Janeiro disponibilizam dicas importantes sobre a aquisição de equipamentos de segurança e que ajudam muito os administradores dos edifícios. Vale conferir.
- Sempre pesquisar, obter informações e visitar a empresa na qual for comprar o equipamento de segurança para saber se existe mesmo e se o produto a ser adquirido estará de acordo com a necessidade do condomínio. Lembre-se, o investimento é relativamente alto.
- Verificar se a empresa é saudável financeiramente e comercialmente, para evitar dor de cabeça e um possível calote.
- Procure fazer um projeto de segurança para o prédio com profissionais capacitados, e não somente com as empresas revendedoras dos equipamentos. Em alguns casos, os revendedores têm interesses que não condizem com as reais necessidades dos edifícios. O profissional capacitado poderá fazer um levantamento técnico que atenda ao condomínio sem gastos que estejam fora do orçamento.
- Uma dica que não pode ser deixada de lado é a “análise de risco detalhada sobre a infraestrutura e a característica dos moradores”.
- Atualização permanente dos procedimentos de segurança, tendo em vista que a ação dos criminosos também acompanha as novidades dos equipamentos disponíveis no mercado.
- Procurar buscar alternativas modernas com base nas novas tecnologias. No caso dos equipamentos, a novidade é aparelho que usa a biometria para a identificação de moradores e visitantes. Existem métodos por meio de impressão digital, íris, voz, palma da mão. No mercado, há preços acessíveis para projetos em condomínios residenciais.
- O transponder para veículos começa a ganhar força na rotina dos prédios. Usado geralmente em aviões, por meio de sinais, o equipamento auxilia os funcionários do edifício a verificar automaticamente os carros que vão entrar na garagem.
- Outra novidade para os moradores que têm carro é a antena receptora de sinal, que identifica o veículo e sua autorização e o proprietário e evita a clonagem, ação muito utilizada por assaltantes para entrar nos prédios.
- A biometria virou moda na entrada das garagens, uma maneira de garantir a identificação rápida do proprietário.
Cuidados essenciais
- Os funcionários devem ser treinados periodicamente para o uso dos equipamentos e sistemas.
- O passa-volumes, além de passar as encomendas, é um facilitador das entregas e contribui para que menos pessoas estranhas entrem no edifício.
- A iluminação das entradas social, de serviço e de garagem deve ser priorizada.
- O controle do portão da garagem deve ser feito pela portaria, e a guarita onde fica o funcionário precisa ser recuada, com grades altas ao redor, de modo a dificultar a proximidade do bandido.
- Uma boa opção é a instalação de um sistema de comunicação (um tipo de botão de pânico) entre edifícios da mesma rua capaz de acionar todos quando há algum risco.
- O sistema de comunicação contribui ainda para avisar rapidamente a empresa de segurança contratada sobre a ocorrência de algum problema. Nesse caso, a empresa entra em contato com o condomínio para saber se houve algum incidente e pede a senha do edifício. Caso não obtenha corretamente essa informação ou o telefone não atenda, encaminha uma viatura para o local e chama a polícia. O alarme é um aliado importante na segurança.
- A ronda é um meio bastante eficaz para evitar surpresas desagradáveis, inclusive quando é realizada por uma empresa que usa carros para fiscalizar o local. Tende a inibir ação de bandidos que ficam estudando o prédio para futuro assalto.
- Cerca elétrica com alarme, com baixa corrente, funciona como advertência de invasão, principalmente para as portarias que ficam longe da entrada do condomínio.
- Pessoas fantasiadas e mascarados devem ser barrados nas portarias até sua identificação.
Alerta para folião brincar o carnaval com segurança
- Celulares, carteiras e bolsas sempre à frente do corpo; preste atenção às pessoas a seu lado. Mas não esqueça um documento de identificação e a carteira do plano de saúde; e leve pouco dinheiro, o suficiente para os gastos carnavalesco. Evite retirar dinheiro em caixas eletrônicos, principalmente à noite.
- Crianças precisam estar com identificação caso se percam. O ideal são pulseiras com o contato dos responsáveis
- Marque pontos para reencontro caso haja separação do grupo
- Bebida em excesso não faz bem. Não aceite nada de desconhecidos. Pode ser uma armadilha
- Fique longe de brigas e confusões ou até mesmo de brincadeiras que possam causar desordem
- Ao chegar de carro em casa, dê uma olhada ao redor para saber se pode entrar com tranquilidade
- Ao sair de casa, verifique se está tudo fechado, portas, janelas, etc
- Ao viajar, não faça alarde; deixe a chave somente com pessoas de inteira confiança, nunca na portaria, e tente mostrar que o apartamento não está totalmente vazio.
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Verão x piscinas
Revista Condomínio. Edição 72
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