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Ciclovias ganham a cidade

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Rio de Janeiro investe para ser mundialmente conhecido como Capital da Bicicleta

Do Leme ao Pontal não há nada igual, já dizia Tim Maia. De ponta a ponta, serra, baixada, maciços litorâneos, bacias e ilhas compõem a geografia que fez do Rio de Janeiro a cidade mundialmente conhecida como maravilhosa e Patrimônio Cultural da Humanidade. Agora, o plano da Prefeitura do Rio de Janeiro é tornar a cidade conhecida como a Capital da Bicicleta. Mas será que dá pedal?

Com investimento estimado em R$ 67.500, o plano da Prefeitura de fazer do Rio a Capital da Bicicleta, iniciado em 2009, vai além de contabilizar por toda a cidade 450 quilômetros de ciclovias até 2016. Ele contempla o apoio à ampliação do projeto Rio Bike, de bicicletas públicas – que conta com o sistema Serttel/Samba e patrocínio do Itaú –, o aumento do número de estacionamentos para bicicletas pelas ruas, para incentivar a implantação desse mobiliário por empresas particulares, e campanhas de conscientização e educação para promover também a segurança da população.

É lógico que os ciclistas não só apreciam essas metas da Secretaria do Meio Ambiente (SMAC), à frente desse projeto, como estão loucos pelo título para a cidade. Concordam com a expansão da malha, que hoje é de 371 quilômetros, que vai conferir ao Rio de Janeiro o segundo lugar em extensão de ciclovias na América Latina. Apoiam o projeto Rio Bike, que viabilizou para muita gente a chance de se locomover de laranjinha por aí, dando um novo colorido às ruas da cidade. Mas a percepção da meta que contempla as campanhas de educação e conscientização deixa a desejar. Basta circular pelas ciclovias e ver o que está acontecendo. Dia
desses, uma ciclista deparou-se com uma jovem corredora que corria como se a pista fosse sua. A ciclista, ao pedir gentilmente que ela fosse para a direita, a fim de que o espaço fosse usado de forma compartilhada entre as duas atividades, só faltou apanhar. Os xingamentos foram o auge da falta de educação; há falta de segurança não só com relação a roubos, mas porque as pessoas usam a pista como se estivessem no autódromo.

Paulo Piniel, empresário com duas lojas para venda, revisão e aluguel de bicicletas, ambas localizadas na Zona Sul do Rio de Janeiro, diz que para a cidade se tornar a capital da bicicleta, há muito que melhorar. “Constantemente ouço de meus clientes os problemas que enfrentam nas ruas e nas ciclovias: desordem quanto ao uso da via; invasão de tudo que não é bicicleta; corredores e ‘andadores’ que ligam seus headfones e não querem saber de mais nada além do próprio metro quadrado; entregadores de mercadoria; táxis que invadem as ciclofaixas para pegar ou deixar passageiros e carros que nunca dão a preferência ao ciclista, entre outros problemas.”

Além da questão da educação, o empresário chama atenção para a ausência de infraestrutura: “Faltam bicicletários nas principais avenidas, nas estações de metrô, em shoppings, bancos, cinemas; falta espaço para as bikes em ônibus, metrô, trens e barcas; falta policiamento nas vias, como no Aterro do Flamengo, onde acontecem constantemente assaltos.” Paulo já tentou assegurar suas bicicletas de locação, mas constatou que não há interesse por parte das companhias em comercializar esse serviço por muitos motivos, entre eles o alto risco e a pouca falta de controle por não serem emplacadas. “Muitos turistas que circulam com nossas bicicletas de aluguel já foram assaltados. Na esperança de que as estatísticas ajudem a melhorar o policiamento para a região, preocupo-me sempre em fazer a ocorrência policial.” Mas, conclui Paulo, “nada muda”.

Medidas de segurança

Coibir roubos é uma tarefa difícil, entretanto, raramente uma medida controversa como a relatada a seguir será adotada por aqui: Arariboia Tavares, delegado do 3º Distrito Policial de Campos Elíseos, em São Paulo, para inibir roubos e furtos de bicicletas na região central da cidade de São Paulo, passou a apreender bicicletas de quem tivesse “cara de presidiário”, “tatuagem de cadeia”, “dentição podre” ou fosse “desocupado”. Em pouco mais de um mês, 20 bicicletas foram apreendidas. E a medida, polemizada. O critério ignora a chamada presunção da inocência (termo jurídico que significa que a pessoa é inocente até que provem o contrário, no caso de não haver flagrante).

Dificilmente também você conseguirá assegurar sua bicicleta. Das três seguradoras que consultamos – Liberty, Porto Seguro e Kalassa – apenas a terceira assegura bicicletas que não sejam elétricas: sua bike precisará custar entre R$ 3 mil e R$ 15 mil para ser assegurada com cobertura em território nacional contra:

• roubo/furto qualificado enquanto pedala;

• roubo/furto qualificado dentro da residência;

• roubo/furto qualificado enquanto transporta;

• danos no transporte, desde que devidamente alocada em racks, tule etc., com vestígios de danos ao veículo transportador.

Condomínios, bicicletas e bicicletários

Guardando as devidas proporções, as transformações urbanas estendem-se aos condomínios. Mais moradores compram mais bicicletas. Em busca da saúde e qualidade de vida, cumprem com suas bicicletas trajetos que antes fariam de ônibus. E com mais bicicletas nos condomínios, criou-se uma demanda: a de bicicletários. Como contam os síndicos dos prédios administrados pela CIPA, além de contribuir com os moradores, o bicicletário ajuda o ordenamento interno, mas, para funcionar, regras precisam ser criadas, assim como mecanismos de segurança.

A síndica Elaine Schimtz Guardado, moradora do Condomínio Nobre de Laranjeiras e usuária de bicicleta há longa data, em abril de 2013, tão logo foi empossada, tomou como providência a instalação de uma filmadora na área do guardador de bicicletas do condomínio, que já havia tido registro de roubo de bicicleta. “De forma geral, as câmeras servem para diminuir comportamento inadequado de condôminos e visitantes, evitando a depredação do patrimônio, e ações criminosas, ajudando também na identificação de invasores.” Com um investimento de R$ 1 mil, ela aumentou a sensação de segurança dos moradores do prédio com 36 apartamentos distribuídos em nove andares.

Além da câmera, a síndica, que sai de Laranjeiras três vezes por semana para ir, de bicicleta, à Fundação Getulio Vargas, no Flamengo, diz que regras são primordiais. “Nas ruas da Zona Sul, não bastam ciclovias; deve haver placas de sinalização, entre elas as que indicam a presença de ciclistas.” No condomínio, as regras visam educar os moradores e apoiar os funcionários no gerenciamento do bicicletário do prédio, com lugar para 30 bicicletas. As regras são:

• somente moradores do condomínio poderão se utilizar do bicicletário;

• não há vaga reservada para a guarda de bicicletas;
• mantenha a bicicleta sempre presa com corrente e cadeado;

• tenha cuidado com outras bicicletas ao tirar e guardar a sua;

• é proibido deixar as bicicletas sem serem dependuradas no gancho, bem como em qualquer área comum do condomínio, mesmo que temporariamente.

O engenheiro Rodney Soares da Silveira, síndico há seis meses do Condomínio Morristown, em Laranjeiras, aprecia muito a ideia de o Rio se tornar a capital da bicicleta. Para ele, que há mais de dois anos doou duas bicicletas por não querer guardá-las em sua varanda, agora, pensa em comprar novas, pois lugar para guardar não faltará mais. O condomínio, de nove andares e 36 apartamentos, tem um mobiliário de 28 lugares e o síndico já tem programa para a área onde o próximo bicicletário será instalado. Outra ideia legal de Rodney, ao saber que os entregadores que usam bicicleta chegam a fazer 11 mil entregas por dia no bairro de Copacabana, segundo dados da ONG Transporte Ativo, foi instituir uma gentileza: ele autoriza, mediante identificação, que os entregadores que usam a bicicleta como meio de locomoção deixem a magrela na garagem enquanto fazem calmamente a entrega na casa dos moradores. Dessa forma, eles têm a certeza de encontrar seu veículo de transporte e as mercadorias nele contidas quando voltarem.

Quanto custa?

Bicicletário

Segundo o Departamento de Comunicação da Soluwan Comércio de Equipamentos Ltda., nos últimos três anos, houve, aproximadamente, 20% de aumento nas vendas desse quesito a cada ano. Não só pela demanda crescente de bicicletas nos condomínios, mas também por uma questão de ordem. Por exemplo, os bicicletários de parede são procurados para o melhor aproveitamento de espaço nos condomínios. Feitos de aço galvanizado e pintura eletrostática, eles têm boa conservação.

O preço de um mobiliário com oito lugares, com 2 metros de comprimento e 2 metros de largura, é R$ 295. Custo-benefício bem interessante.

Bicicleta

O empresário do ramo de bicicletas Paulo Piniel tem à venda em suas lojas bicicletas de uso urbano: “Temos bikes confortáveis, dobráveis, elétricas, vintage e clássicas. Nacionais e importadas. O alumínio e o aço inox, materiais que resistem mais ao clima do Rio de Janeiro, são itens que agregam a composição de quase todos os modelos à venda na loja, que atendem ao estilo e comportamento do carioca.”

Como estar seguro?

Para estar seguro temos que agir como na condução de um veículo automotor e pedalar nossas bicicletas de forma preventiva, a fim de não atropelar aquela senhorinha de 80 anos quando entrar a toda na calçada. Também não dá para usar a ciclovia como pista de corrida entre 7 horas e 10 horas manhã. Quem quiser treinar, precisa madrugar.

Mais uns toques que valem a pena para sua proteção:

• use capacete e cotoveleira;

• cheque freios e pneus antes de começar a pedalar;

• cheque equipamentos obrigatórios, como farolete e buzina;

• conheça as leis de trânsito e ande no sentido dos carros;

• respeite os sinais de trânsito;

• redobre a atenção nos cruzamentos;

• proteja sua pele do sol;

• utilize refletores para o uso da bicicleta à noite.

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