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Deu zika

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Mas também deu dengue e chikungunya. Como o síndico deve agir para prevenir essas doenças no condomínio?

Não é fácil viver com a iminência de uma doença ou, melhor, de várias, em casa. Qualquer um pode ser a próxima vítima. Os últimos anos não têm sido fáceis para os brasileiros que enfrentam um verão após o outro com o descaso de tantas pessoas quando o assunto é água parada.

Ano passado, a zika assumiu o posto de doença mais temida, especialmente por causa dos casos de microcefalia ocasionados nos bebês. A ciência ainda não explica muito bem como tudo acontece, mas o fato é que tivemos um baby boom de crianças afetadas e um sem número de pais e familiares que tentavam lidar com essa nova realidade.

Talvez agora a população cuide mais de seus quintais e arredores com água parada, mas quem se preocupa desde sempre não pode parar de vigiar.

Cabe aos síndicos a importante tarefa de zelar pelas condições das áreas comuns, sobretudo nos condomínios que têm piscina, parquinho e jardim. Especialmente agora no verão, que não é só sinônimo de altas temperaturas e praias caribenhas, mas pode também ser sinônimo de doenças graves trazidas pelo Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, da febre chikungunya e do vírus da zika.

É importante que os moradores colaborem com a manutenção e vigilância para eliminar possíveis focos dentro de suas casas. Aquele inocente vasinho de planta na janela pode ser a gota d’água que faltava para o mosquito garantir a sobrevida de vários ovos. Dados alertam que 80% dos infectados com a dengue contraíram a doença dentro de casa.

Donos de imóveis fechados devem se lembrar de que até vasos sanitários sem uso devem estar tampados e, de preferência, com uma dose de água sanitária dentro para evitar que se forme um foco ali.

A limpeza regular é necessária, do contrário, novos criadouros de mosquitos estarão nascendo sob nossas vistas.

É sempre bom lembrar também que os ovos do verão passado podem estar no mesmo lugar, só esperando uma aguinha para despertarem com muita energia – os ovos podem hibernar por anos! E o famoso mosquito vive até 35 dias e, ao longo de sua vida, normalmente não percorre mais de 600 metros.

Difícil diagnóstico

Jeniffer Martins, jornalista, contraiu chikungunya em julho de 2016, mas só foi diagnosticada em novembro. “Caí de cama e sentia dores nas articulações, nos joelhos, ‘choques’ ao pisar no chão, febre alta, queda de cabelo, enjoo e dor de cabeça. Meu médico achou que podia ser dengue, fiz o exame e não era. Fiz mil outros exames também, pois ele achou que poderia ser alguma doença reumática, autoimune, como lúpus ou mesmo tuberculose.”

A jornalista só conseguiu se levantar da cama após seis dias tomando corticoides. Até pneumonia ela teve. Tomou dipirona para dor e febre. Ela conta que não fez exame para chikungunya àépoca pois o exame, que não está disponível na rede pública, custava R$ 690.

“Mas como o diagnóstico não fechava, já estávamos em novembro e eu ainda tinha alguns sintomas como queda excessiva de cabelo, fui investigar na internet sobre possíveis causas para isso. Li que essa queda excessiva de cabelo é sintoma da doença, então resolvi fazer o exame para chikungunya, que a essa altura estava R$ 230, e deu positivo.Mas meu médico ainda acha que pode haver outra doença concomitante. Ainda está investigando”, revela.

Jeniffer conta ainda que, no trabalho dela, em Nova Iguaçu, mais de 20 pessoas tiveram os mesmos sintomas, mas que nenhuma fez o exame por seu alto custo. Ou seja: todos tiveram chikungunya, mas o Ministério da Saúde não foi notificado porque não houve diagnóstico. Sinal de que uma epidemia está por aí e a maioria dos casos não é diagnosticada. Triste retrato de nosso Brasil.

Infectologista pinta quadro nada favorável da chikungunya

O diretor da Fiocruz do Mato Grosso do Sul, o médico infectologista Rivaldo Venâncio da Cunha, afirma que a chikungunya vem se propagando e será pior agora em 2017. Ele diz que a doença atinge, hoje, todo o país e vem se espalhando de forma vertiginosa.

Veja trechos do artigo publicado pelo médico no final de 2016

Do início do ano para cá, o cenário epidemiológico do país mostrou que estávamos, infelizmente, certos ao consideramos, naquele momento, que tínhamos um problema sério no que diz respeito à dengue, zika e chikungunya. É tão ou mais sério do que imaginávamos.

Em relação à dengue, temos notificados, no Brasil, cerca de 1,5 milhão de casos. É bem verdade que muitos desses casos notificados como dengue sejam provavelmente zika, chikungunya ou alguma outra doença circulando Brasil afora.

Além disso, temos a zika, que se mostrou um problema complexo e nos indicou que também estávamos na linha de raciocínio correta, ao considerarmos não apenas a microcefalia, mas a zika congênita no espectro de consequências da infecção pelo vírus nas gestantes.

Os estudos desenvolvidos ao longo desses meses têm reforçado essa observação ao nos mostrar uma quantidade grande de crianças que nascem com cérebro de tamanho normal, mas que apresentam outras alterações decorrentes da infecção durante a gestação.

Quanto à chikungunya, no próximo verão deverá vir a ser um problema tão ou mais grave, em abordagens diferentes, do que foram a dengue e a zika no verão passado. Já foram notificados, em 2016, cerca de 215 mil casos de chikungunya no Brasil. Se considerarmos que existe pelo menos um caso não notificado para cada caso notificado, estaremos falando de praticamente 500 mil casos. Trata-se de uma doença debilitante que também pode provocar incapacidade temporária nas pessoas acometidas.

Segundo o Ministério da Saúde, durante o ano de 2015, 650 municípios tiveram casos da doença notificados. Em 2016, foram 2.250 municípios, um crescimento gigantesco. Durante todo o ano de 2015, foram notificados cerca de 38 mil casos de chikungunya Brasil afora. Durante o ano de 2016, até setembro, o número passou a 215 mil, uma escalada vertiginosa da doença. Temos que nos preparar para enfrentar, neste próximo verão, um problema ainda maior do que imaginávamos.

Os desafios estão, sobretudo, em aportar recursos e infraestrutura para as pesquisas em curso e para outras em formulação em instituições brasileiras e nas parcerias com instituições do exterior, que são essenciais para que possamos melhorar nosso conhecimento sobre diversos aspectos, em especial em relação à zika e chikungunya, que ainda são desconhecidos pelos profissionais de saúde, por exemplo, no que diz respeito aos mecanismos de transmissão do vírus.

 

Estamos lidando com três doenças – quatro, com a febre amarela – transmitidas por um mesmo mosquito, que têm seus principais focos de procriação relacionados com um passivo ambiental acumulado ao longo de 500 anos, acrescido, nas últimas décadas, de um processo de desenvolvimento que resulta no uso intensivo de garrafas plásticas, PETs e outros apetrechos. Não tem milagre.

 

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