Manutenção preventiva garante uma estação sem dor de cabeça para o síndico
Com a chegada do verão, as piscinas dos condomínios se tornam o ponto de encontro mais disputado entre os moradores e, ao mesmo tempo, uma das maiores responsabilidades dos síndicos. Para que o lazer não se transforme em problema, é essencial que toda a estrutura esteja em perfeitas condições antes da temporada mais quente do ano. Vazamentos, infiltrações, falhas nas bombas e equipamentos desgastados podem comprometer o funcionamento da piscina e gerar altos custos de reparo. A manutenção preventiva é, portanto, a melhor estratégia para proporcionar segurança, economia e tranquilidade no condomínio.
Segundo o engenheiro Luiz Cernigoi, sócio da tradicional Construtora Cernigoi, especializada em engenharia no Rio de Janeiro, os principais problemas estruturais observados com o passar do tempo são vazamentos, rachaduras, desníveis e falhas no sistema hidráulico. “Esses danos surgem por causa do uso constante do espaço, do desgaste dos materiais e, muitas vezes, da falta de manutenção adequada”, explica. Ele destaca que vistorias estruturais devem ser feitas entre um a três anos, dependendo da idade da piscina. “Trincas, rejuntes se desprendendo ou revestimentos trincando são sinais de que algo não vai bem”, alerta.
Durante o verão, o calor e as chuvas intensas exigem atenção redobrada. O engenheiro recomenda inspeções regulares da estrutura física, já que a dilatação dos materiais pode causar fissuras ou descolamentos que comprometem a segurança. E quando o problema já passou do ponto? “A recuperação estrutural se torna inevitável diante de trincas profundas e recorrentes, ferragens expostas ou corroídas. Esses são sinais claros de perda de resistência e durabilidade”, afirma.
A boa notícia é que a tecnologia tem evoluído a favor dos condomínios. Cernigoi cita como exemplo as piscinas biológicas, que utilizam filtros naturais para manter a água limpa, reduzindo o uso de produtos químicos; revestimentos de alta resistência, como porcelanatos e pastilhas com proteção UV; e sistemas automatizados de filtragem e tratamento, que ajustam o pH, o cloro e a temperatura de forma inteligente.
Segundo o engenheiro, há também inovações em segurança, como ralos antiaprisionamento, que são projetados para evitar que cabelos ou partes do corpo fiquem presos pela sucção e que, inclusive, são obrigatórios em muitas regiões para prevenir acidentes graves. Outra novidade são as tampas antivórtice – elas reduzem a força de sucção e dispersam o fluxo de água, aumentando a segurança.
No quesito iluminação, Cernigoi destaca a iluminação subaquática em LED com proteção IP68, mais econômica e segura.
O engenheiro reforça que qualquer anomalia – como queda do nível da água, ferragens expostas ou revestimentos que se soltam – deve motivar uma avaliação técnica imediata. “A presença de um engenheiro especializado em estruturas é essencial para emitir um laudo e indicar os métodos corretos de recuperação”, orienta.
Na prática condominial, a síndica Clarisse Bokel, do Condomínio Barbacena, administrado pela Cipa, confirma que a manutenção regular faz toda a diferença. “Tivemos um problema antigo que exigiu impermeabilização na área das piscinas. Desde então, seguimos um cronograma constante de verificação, reforçado antes do verão”, conta.
Segundo Clarisse, a equipe faz revisões em todas as estações, com atenção especial ao período de maior uso. “No verão, intensificamos a preparação e abrimos também às segundas à tarde, garantindo mais tempo de lazer aos moradores”, explica. Entre os sinais que exigem ação rápida, ela cita vazamentos no andar inferior – onde fica um dos andares de da garagem – e bombas que não estão dando conta da aspiração.
A síndica destaca ainda o foco em segurança. “Substituímos todos os ralos de fundo por modelos mais modernos e adequados e mantemos as piscinas sempre limpas e em condições ideais de uso”, diz.
Outro ponto essencial é o sistema de bombeamento, que deve estar dimensionado corretamente para o volume da piscina e submetido a manutenção regular. Bombas em mau estado, com ruídos, superaquecimento ou vazamentos, podem comprometer a circulação da água, reduzir a eficiência da filtragem e até gerar riscos elétricos. “É importante que o síndico garanta a revisão das bombas e dos filtros, trocando selos mecânicos, rolamentos e verificando o isolamento elétrico. Uma bomba que trabalha forçada, além de consumir mais energia, pode parar de funcionar em plena temporada”, alerta Cernigoi.
O coração da piscina: a importância da manutenção das bombas
Responsáveis por movimentar toda a água e garantir a filtragem adequada, as bombas hidráulicas são o coração das piscinas dos condomínios. No verão, quando o uso é mais intenso, o cuidado com esses equipamentos deve ser redobrado. “A manutenção preventiva garante longevidade e bom desempenho, evitando paradas e queimas de motor justamente no período de maior demanda”, explica Allyne Duque Ramos, da Nova Saturno, empresa especializada em manutenção predial e conservação de bombas hidráulicas, com atendimento 24 horas.
Entre os cuidados indispensáveis estão a limpeza frequente do cesto pré-filtro, que retém folhas e cabelos antes que cheguem à bomba; a verificação de vazamentos e selos desgastados, que podem permitir a entrada de ar no sistema; e o monitoramento de ruídos ou vibrações anormais, sinais de rolamentos danificados ou desalinhamento. “Um cesto sujo ou nível de água abaixo do ideal faz a bomba trabalhar a seco, superaquecendo e comprometendo o motor”, alerta.
Outros vilões comuns são entrada de ar nas tubulações, ventilação bloqueada, baixa voltagem ou uso excessivo sem manutenção adequada, situações que aceleram o desgaste e podem levar à queima do equipamento. A profissional destaca também a importância de manter as aberturas de ventilação do motor sempre limpas e desobstruídas, evitando superaquecimento.
Os sinais de alerta de que a bomba precisa de reparo ou substituição incluem vazamentos visíveis, diminuição do fluxo de água, cheiro de queimado, disjuntores que desarmam, motor quente e ruídos metálicos. Para prevenir surpresas, Allyne recomenda que o condomínio mantenha um contrato com empresa especializada, que preveja visitas mensais fora da temporada e semanais ou quinzenais no verão, com emissão de relatórios e acompanhamento de todas as ocorrências.
Do ponto de vista tecnológico, as bombas de velocidade variável representam um grande avanço. “Elas ajustam automaticamente a potência do motor conforme a necessidade, reduzindo o consumo de energia e o desgaste dos componentes. É um investimento que se paga rapidamente”, afirma.
Por fim, ela sugere que o síndico mantenha um fundo de reserva para reparos emergenciais, treine os funcionários para observações diárias – como ruídos ou alterações no nível da água – e adote sinalização com orientações aos usuários, lembrando que o uso consciente da piscina também contribui para a durabilidade dos equipamentos. “Com planejamento e atenção, o síndico garante um verão tranquilo e uma piscina sempre pronta para o lazer seguro dos moradores”, conclui.
Além da parte mecânica, a segurança dos usuários deve incluir, por força da lei, um dispositivo de emergência que interrompa a sucção dos ralos, evitando acidentes graves. Há casos em que a força da sucção prende cabelos ou partes do corpo das pessoas no fundo da piscina, com risco de causar afogamentos. Com esse dispositivo, qualquer pessoa pode cortar a energia da bomba instantaneamente, liberando a vítima e evitando tragédias. Para tanto, o dispositivo deve ser instalado em local visível e de fácil acesso a todos na piscina. (Veja mais detalhes no box desta matéria.)
A combinação de tecnologia, prevenção e cuidado contínuo é o caminho para que o síndico assegure um verão tranquilo. Quando bombas, ralos, iluminação e revestimentos estão em dia e a estrutura conta com mecanismos de segurança como o botão de pânico, o resultado é mais do que uma piscina bonita: é um espaço de convivência seguro, sustentável e valorizado, que reflete a boa gestão condominial e o compromisso com o bem-estar coletivo.
Conheça as leis que regem as piscinas do município do Rio de Janeiro
Lei Municipal nº 5.855/2015
Essa lei obriga clubes, condomínios, hotéis, academias e similares, que tenham piscinas de uso coletivo, a instalar um dispositivo que interrompa o processo de sucção da piscina. O dispositivo deve estar em local de fácil alcance, inclusive para crianças e pessoas com deficiência. Também exige que as piscinas construídas após essa norma tenham bombas que interrompam automaticamente a sucção se o ralo estiver obstruído.
Legislação sobre salva-vidas
Existe uma lei estadual que obriga a presença de guardião de piscinas (salva-vidas) em piscinas com dimensões superiores a 6m × 6m em prédios residenciais, clubes, academias etc.
Normas de Vigilância Sanitária Municipal
A Vigilância Sanitária estabelece exigências relativas à qualidade da água, profundidade, filtração, operação de bombas, segurança geral da estrutura etc.
Serviço:
Construtora Cernigoi
construtoracernigoi.com.br
@cernigoi_construtora
(21) 2502-9007/98592-1916
Nova Saturno Manutenção Predial
novasaturno.com.br
@novasaturnomanutencaopredial
(21) 2245-4208/97342-7185
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