Dezembro de 2017 foi um mês positivo para os lançamentos e para as vendas de imóveis, segundo a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). Confirmam-se os resultados da última pesquisa do sindicato da habitação (Secovi-SP), constatando a retomada e apontando para um cenário mais promissor para o setor imobiliário.
Em dezembro de 2017, segundo os Indicadores Abrainc/Fipe, foram lançadas 13,7 mil unidades, alta de 36,9% em relação a dezembro de 2016. As vendas alcançaram 11,3 mil unidades, alta de 15,2% em relação a idêntico mês de 2016. Os lançamentos de 2017 foram de 82,5 mil unidades e superaram em 18,2% os de 2016, enquanto as vendas, nos mesmos períodos, atingiram 109,4 mil unidades, mais 6,1% comparativamente a 2016.
Na comparação entre os últimos trimestres de 2016 e de 2017, o número de lançamentos de imóveis novos cresceu 29,7% e o das vendas avançou 15,3%. Também foi positivo o recuo de 21,8% no número de distratos (denúncia dos contratos de compra e venda pelos compradores finais), que caíram de 44,2 mil em 2016 para 34,6 mil em 2017, mas este número ainda deve ser considerado muito elevado.
O mercado imobiliário não superou totalmente uma das mais graves crises de sua história e a recuperação não é generalizada. Em 2017, a retomada foi liderada pelo segmento popular, dos imóveis financiados pelo programa Minha Casa, Minha Vida. No segmento de médio e alto padrão, os lançamentos aumentaram 12,5%, mas as vendas caíram 10,6% em relação a 2016. Os estoques estão diminuindo, mas ainda são altos.
Com base em mostra ampla de empresas, a última Sondagem Indústria da Construção da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que o nível de ociosidade do setor diminuiu entre dezembro de 2017 e janeiro de 2018, mas persiste em níveis altos, inclusive pelo baixo investimento em infraestrutura. É do mercado residencial, portanto, que parece depender a retomada do setor de construção.
A recuperação do mercado de moradias é prevista não só pelos incorporadores, mas por departamentos de análise econômica, como o do Bradesco. Cabe notar que a retomada do segmento terá como estímulo a estabilidade dos preços de imóveis verificada nas principais cidades do País, que permite ampliar o número de compradores potenciais.
Fonte: O Estado de São Paulo
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