Manutenção preventiva estrutural evita problemas e tragédias
Por fora, o prédio chama atenção pelo cuidado e beleza. Mas, por dentro, como está sua estrutura? Será que segue os mesmos padrões externos? Essas são perguntas que devem ser feitas por todos os síndicos de maneira periódica. Afinal, a estrutura é a principal responsável por manter a integridade do edifício em dia, garantindo sua durabilidade ao longo do tempo.
E justamente os problemas causados por danos na estrutura dos prédios podem gerar muita dor de cabeça para os condomínios, principalmente os mais antigos, que acabaram não recebendo a atenção devida durante a vida. O resultado: obras emergenciais que podem sair muito mais caras caso a manutenção correta tivesse sido feita antes. E pior: há o risco de se colocar a integridade do edifício e de seus moradores em risco.
Segundo Daniel dos Santos Barbosa, da Stanley Engenharia, cabe ao síndico fazer uma inspeção visual minuciosa da estrutura, procurando rachaduras, fissuras, desalinhamentos e sinais de deterioração. Ele diz que, em caso de qualquer suspeita, deve ser contratado um engenheiro civil com experiência em estrutura para avaliação imediata. “Caso seja constatado algum problema, medidas imediatas devem ser tomadas, o que inclui isolar as áreas de risco. A longo prazo, é necessário desenvolver um plano de manutenção preventiva, priorizando intervenções conforme a gravidade. Por isso, o orçamento e a contratação de profissionais qualificados são cruciais”, alerta.
No entanto, Daniel detalha que alguns pontos merecem atenção especial. Rachaduras e fissuras são sinais de estresse na estrutura oriundas de fatores como movimentação do solo, variações climáticas, excesso de carga, má qualidade de material, erros na construção e envelhecimento. “Essas condições criam tensões que resultam em rachaduras que comprometem a estabilidade. Já a deterioração do concreto ocorre em razão de fatores como exposição a ambientes agressivos, variações climáticas e má qualidade de material, enquanto as infiltrações e os agentes corrosivos causam degradação das armaduras, que enfraquece o aço e provoca sua expansão, gerando rachaduras e desprendimento do concreto. O cobrimento inadequado das armaduras permite a penetração de umidade, agravando a corrosão. Esse processo debilita a estrutura, reduzindo sua capacidade de suportar cargas e levando a problemas estruturais graves”, observa.
Além disso, problemas na fundação, como danos ou inadequações, podem causar desalinhamentos, rachaduras e instabilidade em toda a estrutura do edifício. “Isso resulta em risco à segurança dos ocupantes e à integridade do prédio. Para evitá-lo, é essencial uma construção adequada das fundações, incluindo estudos de solo e engenharia detalhados. O síndico também deve estar atento à instabilidade de colunas e pilares, o que pode ser causada por fatores como sobrecarga, movimentações do solo e corrosão das armaduras. É essencial avaliar sinais visíveis de rachaduras, deslocamentos ou inclinações anormais. Ruídos estranhos, vibrações e irregularidades na estrutura também podem indicar danos”, acrescenta o sócio da Stanley Engenharia.
Sobre as vibrações excessivas, como as causadas por tráfego intenso ou maquinário próximo, todo cuidado é pouco. Elas podem causar problemas na estrutura de um prédio e comprometê-la ao longo do tempo. “Elas geram fadiga nos materiais, levando a rachaduras, deslocamentos e danos estruturais. Essa vibração constante enfraquece a estabilidade dos elementos e pode acelerar o desgaste das partes. Além disso, pode impactar o conforto dos moradores e causar danos aos sistemas internos”, detalha.
A síndica profissional Bianca Sukman, da Dbkaller Síndico Profissional, está acostumada a lidar com obras estruturais. Ela cita como exemplo uma obra de fachada que está sendo realizada em um dos prédios que administra. “É um problema que ocorre por conta do tempo, e não há prevenção para isso. O importante é que a manutenção necessária seja feita”, diz ela, que levou a obra para ser discutida na assembleia do condomínio e não encontrou resistência. “O orçamento foi aprovado, pois se tratava de uma necessidade urgente, e todos os prazos estão sendo cumpridos.” A obra está sendo realizada pela Stanley Engenharia. “Já fizemos muitos trabalhos com eles, e posso dizer que a execução e negociação sempre foram muito boas, atendendo a nossas expectativas e dos moradores.”
Daniel, da Stanley, cita dois casos em que a obra na estrutura foi feita a tempo de evitar problemas maiores. “Era um vão de janela com mais de 10m de comprimento, cuja viga cedeu por falta de manutenção predial na fachada. Houve uma rachadura e a água da chuva penetrou, atingiu o aço da viga, que se oxidou e selou a viga. Se o condomínio não tivesse contratado uma firma experiente, poderia ter acontecido uma tragédia. Quando começamos a fazer a percussão do concreto, uma grande parte da viga soltou, perdendo completamente a finalidade. Se não tivéssemos escorado a laje, as consequências teriam sido imprevisíveis”, detalha ele, completando que o outro caso foi em relação a um pilar de uma garagem, no qual o aço estava completamente oxidado, independentemente da escora. “Usamos, por questão de segurança, um sistema temporário de vigas.”
Manutenção preventiva é fundamental
Quando a manutenção preventiva é negligenciada, problemas estruturais e de segurança podem se agravar, com risco de vida para os ocupantes e custo de reparo mais alto. A frequência da manutenção preventiva está na Norma da ABNT 5.674, segundo Daniel, sócio da Stanley Engenharia. “Costumo sempre dizer que, em serviços de restauração de fachadas e estrutura de prédio, não se pode economizar na hora de contratar uma empresa, tem que ser competente. Quanto vale uma vida? Não tem preço! Vou citar um exemplo de um prédio que desabou. Aconteceu em 15 de outubro de 2019, em Fortaleza, edifício Andrea. Isso ocorreu quando estavam fazendo a reforma. A firma, no lugar de restaurar cada pilar por vez, executou tudo ao mesmo tempo. E, pior, sem um sistema temporário de segurança. Infelizmente, nove pessoas morreram”, recorda.
Outro ponto que deve ser levado em consideração são as alterações estruturais inadequadas que incluem adição de andares, varandas, tudo feito sem reforço adequado, além de instalação de piscinas sem análise de carga ou modificações internas sem avaliação estrutural. “É vital consultar um engenheiro civil estrutural antes de qualquer alteração, para garantir a análise de carga e reforço, se necessário. Como exemplo, cito o prédio no Centro da cidade, edifício Liberdade, que desabou em 2012, matando 22 pessoas. O perito, entre outras causas, disse que isso ocorreu por conta “da ampliação de andares no coroamento do prédio”, revela Daniel, acrescentando que, para evitar tragédias anunciadas, o condomínio deve estabelecer diretrizes para modificações, exigindo a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) do Crea, aprovação e projeto estrutural. “Vale destacar que deficiências no projeto estrutural, como erros de cálculo ou dimensionamento inadequado, podem comprometer a segurança do edifício. Revisões técnicas feitas por profissionais especializados e simulações computacionais podem identificar potenciais problemas. A colaboração entre arquitetos e engenheiros durante o projeto é fundamental para garantir que as cargas sejam consideradas corretamente”, completa.
Por isso, ele reforça que a manutenção proativa é uma medida crítica para evitar danos estruturais e aumentar a vida útil do edifício. “Investir em avaliação profissional regular e intervenção de manutenção adequada é crucial para mitigar riscos e assegurar a segurança do edifício e de seus ocupantes.”
A Stanley Engenharia é especializada em estrutura e restauração de fachadas de prédios. “São mais de 40 anos executando esses serviços, independentemente de todos os engenheiros terem experiência, principalmente porque eles têm seu “mestre”, o ‘dr.’ Stanley. Eu e meu irmão, Stanley Filho, temos o privilégio de, desde os 18 anos, acompanhar nosso pai nas obras. Outro diferencial é que nossos profissionais estão conosco há mais de 20 anos e seus filhos trabalham na empresa. Na prática, principalmente em serviços estruturais em fachadas, não são os engenheiros que estão no andaime o tempo todo, são nossos funcionários, então, a responsabilidade é deles. Se eles não tiverem essa relação com a firma, podem pular etapas e a restauração estrutural ficar inoperante”, finaliza.
Serviço:
Stanley Engenharia
(21) 2432-1700/98490-3950
stanleyengenharia.com.br
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