PCs de luz antigos merecem atenção
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O verão se aproxima, e um dos principais problemas enfrentados pelos condomínios é a sobrecarga da rede de energia justamente na época mais quente do ano. Por isso, o PC de luz dos prédios acaba sofrendo problemas, pois é natural que os moradores passem a ligar os aparelhos de ar-condicionado com maior frequência, para tentar se refrescar do calor.
Rodrigo Lessa, engenheiro civil e de segurança da Innovare Engenharia, avisa: “Muitas vezes, a rede elétrica é antiga e pode não suportar a demanda de novos aparelhos. O recomendável é realizar uma inspeção na rede elétrica residencial por profissionais habilitados. E, se houver necessidade, ela deverá ser modernizada, evitando, assim, acidentes e incêndios. Redes antigas, com disjuntores e fiação já gasta pelo tempo, apresentam um grande risco de curto-circuito, pois as que têm até 40 anos não são compatíveis com os novos equipamentos elétricos, o que sobrecarrega todo o sistema do condomínio”, afirma ele, acrescentando que as inspeções devem ser feitas a cada cinco anos. “A modernização do PC é um serviço caro, mas necessário para dar segurança a todos.”
Renata Rangel Palma, gestora da Eletro Palma Serviços Elétricos, concorda, dizendo que a manutenção preventiva evita danos futuros à instalação, diminui substancialmente interrupções indesejadas sem aviso prévio e mitiga acidentes graves. “O custo de um reparo emergencial ou corretivo, sem planejamento, é muito alto. Isso vai além da questão financeira diretamente, pois causa transtorno e incômodo aos usuários da instalação elétrica, de modo que pode acarretar indenizações por lucros cessantes em razão da falta de manutenção ou até mesmo risco à vida”, explica.
Outro ponto que deve ser observado é o aumento de carga perante a Light, que pode ser necessário caso a rede esteja sobrecarregada. Para Renata Palma, isso se deve ao fato de que o consumo de energia elétrica teve um grande salto nos últimos anos. “Passamos a adquirir novos aparelhos eletroeletrônicos, o que excede a capacidade dos PCs de luz, que não estavam preparados para essa carga tão alta. Portanto, a unidade consumidora deve contratar uma empresa especializada e capacitada para fazer essa solicitação à concessionária, adequando as instalações. Ela deverá avaliar se o projeto atende às normas técnicas para aprová-lo e, em seguida, a empresa contratada deverá implantar o novo padrão no condomínio. É muito importante que o síndico busque empresas com boas referências no mercado para não cair em ciladas”, observa.
Segundo Rodrigo Lessa, da Innovare Engenharia, as instalações antigas fazem com que a rede elétrica fique no limite, necessitando de um aumento de carga elétrica, o que deverá ser feito por um engenheiro eletricista ou uma empresa especializada. “É muito importante enfatizar que a Light não credencia profissionais. É comum ouvir profissionais que alegam ser credenciados por lá. Isso é mentira e pode até colocar em risco a instalação elétrica”, avisa.
A síndica profissional Marcia Montalvão concorda: “A maioria das instalações antigas de relógios tem madeira, que é inflamável. Além disso, tem a fiação, que, dependendo da idade do condomínio, não contemplava, à época, a quantidade de itens de que a sociedade faz uso atualmente. Por isso, as instalações precisam ser modernizadas, para prover segurança às unidades e ao condomínio.”
E se o problema se instaurar, o que fazer? Quais medidas devem ser tomadas? Renata Palma responde, dizendo que deve ser feita a contratação imediata de uma empresa capacitada para avaliar e adequar as instalações conforme as normas técnicas e de segurança. “Se a instalação elétrica na área do PC se encontrar fora das especificações técnicas de construção e proteção exigidas e normatizadas pelos órgãos oficiais (NR 10 – Ministério do Trabalho, Defesa Civil – Corpo de Bombeiros, ABNT 5410, CREA-RJ), poderá haver, em casos extremos, a interdição do prédio com eventual desocupação. O risco de incêndio, nesses casos, é muito alto. Recentemente, vimos alguns incêndios provenientes de problemas em instalações elétricas: no Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, na subestação da Light e no Hospital Federal de Bonsucesso.”
Já Rodrigo Lessa alerta, afirmando que o ideal é não deixar chegar ao ponto crítico. “Um curto-circuito, muitas vezes, é interno, e não pode ser observado, de modo que pode causar incêndio e perda de vidas. Por isso, é muito importante o condomínio solicitar inspeções. O síndico tem o dever de zelar pela segurança e exigir o mesmo dos condôminos, por meio de inspeções periódicas e apresentação de laudos técnicos a cada cinco anos. E, em caso de irregularidade e risco, o síndico tem que agir, notificando o morador e até aplicando multa.”
Renata Palma diz que o síndico deve se informar com o engenheiro que faz o laudo da autovistoria do condomínio sobre as reais condições da instalação elétrica do edifício. “É preciso fazer constar do laudo a escala de risco do PC de luz, os quadros elétricos de bombas, os quadros elétricos dos elevadores, do apartamento funcional dos porteiros e de tudo que conduza energia elétrica. Depois desse laudo, o síndico deve compartilhar as necessidades de atualização/conserto com os condôminos”, avalia.
Para Márcia Montalvão, os equipamentos do condomínio devem ser incluídos no planejamento de manutenção preventiva, com execução das ações necessárias. “Quanto aos instalados nas unidades, lembramos aos moradores, na estação anterior (primavera), a importância de limpar e revisar preventivamente os aparelhos de ar-condicionado para melhor rendimento com menor custo de energia, além de prorrogar a vida útil do equipamento. Quando verificamos no relógio da unidade que a carga não é compatível, indicamos o aumento dela”, diz ela, que já mandou executar alguns projetos de modernização elétrica.
Serviço
Eletro Palma Serviços Elétricos Ltda.
eletropalma.com.br
(21) 3495-8737/ 3100-0057
(21) 96468-9227
Inovare Engenharia
inovare-engenharia.com
(21) 96818-3619
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Fernanda Barcelos
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