
Como detectar vazamentos de água silenciosos?
Sem dúvida alguma o ponto de partida é a conta de água. Se o valor subiu assustadoramente, é hora de o síndico tomar as rédeas da situação e ter uma atitude. Não tem nem ideia de onde está vazando? Então é hora de fazer uma vistoria completa no condomínio em busca de possíveis causas. E rápido, porque não dá para esperar a próxima reunião de condomínio para ver o que fazer. O tempo urge, o vazamento está acontecendo e não está sobrando dinheiro.
Claro que temos que avaliar que o uso irracional da água ainda é uma realidade em muitos lares e condomínios, mas isso não justificaria um aumento repentino. Então há que se considerar várias possíveis causas: caixas de descarga com defeito; colunas de água que alimentam os apartamentos rompidas; bombas de incêndio vazando; pinga-pinga em alguma unidade vazia; cisternas e caixas-d’água com impermeabilização vencida e até mesmo moradores que sabem de algum vazamento, mas estão sendo relapsos. Infelizmente, acontece e cabe ao síndico saber intermediar uma situação dessas e agir da melhor forma.
Leandro Soares, da Revolution Serviços de Engenharia, diz que muitos condomínios têm problemas, pois acabam se esquecendo dos cuidados com os reservatórios de água: “A maioria se lembra de limpar os reservatórios de seis em seis meses, mas acaba sendo omissa em relação à revisão da impermeabilização. Não basta limpar, tem que verificar a impermeabilidade. É sempre bom fazer uma revisão nas caixas-d’água e nas cisternas; aconselho que seja de três em três anos. E a impermeabilização deve ser refeita a cada cinco anos para evitar as patologias estruturais tão comuns.”.
As cisternas são um capítulo à parte: “Por serem enterradas, é uma água perdida que não se vê. Por isso é importante que seja feita a impermeabilização cimentícia, observando inclusive a necessidade de usar tela poliéster nos encontros de piso parede e parede e parede”, explica Soares.
Olho vivo
O Condomínio das Azaleias, administrado pela CIPA, teve alguns problemas por conta de vazamentos. É o que nos conta o síndico Almir Nogueira Freire Filho: “Percebemos que havia algum problema pela conta de água mesmo. Mas um dos detalhes que temos no condomínio é que toda leitura feita por agente externo, seja de água ou luz, é sempre monitorada por nós. E foi num desses momentos que percebemos a informação assustadora do aumento do consumo de água”, lembra.
O condomínio teve duas situações distintas de vazamentos: “Uma delas foi na caixa-d’água superior. Tínhamos uma situação recorrente em que o automático da boia queimava. Como a boia parava de funcionar, vazava água. E no período da autovistoria, o engenheiro responsável também detectou o problema e nos ajudou a solucionar definitivamente a questão”, lembra.
Já na segunda situação houve um personagem importantíssimo que ajudou a localizar a raiz do problema: Antônio Pinheiro, funcionário do condomínio. “Ele é um funcionário muito dedicado e está há muitos anos no condomínio”, ressalta o síndico.
Além de ser excelente funcionário, ele ouve muito bem. Durante um horário de silêncio, Pinheiro conseguiu ouvir a água que corria por trás da parede. “Chamamos então um bombeiro hidráulico que nos ajudou nessa empreitada. Ele me assessorou na compra de material, deu informações técnicas e resolvemos o vazamento, que era na tubulação de água de incêndio”, finaliza.
Após esses consertos, a conta de água voltou ao normal. E se depois de uma supervistoria a conta de água continuar muito alta, talvez seja hora de verificar se o hidrômetro está avariado. Também acontece, até porque a vida útil de um hidrômetro é de aproximadamente cinco anos.
Caçando vazamentos
Mas e quando o síndico não tem um funcionário que ouve tão bem? Como achar um vazamento desses? Por essas e outras é que já existem empresas superespecializadas em caçar vazamentos.
Testes hidrostático e de estanqueidade com o uso de aparelhos eletrônicos de sondagem por ultrassom; escâneres; inspeção endoscópica por vídeo e líquido penetrante, entre outras aplicações técnicas, não são ficção científica. Tudo isso existe e realmente funciona.
A tecnologia está aí para diversos fins e também para ajudar os síndicos, claro. Muitas são as causas de um possível vazamento, mas entre elas podemos investigar especialmente o envelhecimento (corrosão) da tubulação; consertos malfeitos; tubulações e conexões inadequadas ou de baixa qualidade; pressão excessiva da rede pública e impermeabilização vencida de reservatórios de água.
Sem dúvida que os vazamentos invisíveis são os mais difíceis de identificar, até porque, na maioria das vezes, a água que vaza não aparece. Ela se infiltra por paredes, pisos, lajes ou pelo solo. Isso pode representar um grande prejuízo, pois, além da conta de água alta, a estrutura do imóvel pode ser afetada. Não se pode bobear com isso.
Bons hábitos
Não se pode falar em água sem falar no seu bom uso. Nunca é demais lembrar que o síndico deve orientar funcionários e moradores a fazer bom uso desse precioso líquido. Um detalhe importante é que os comunicados do síndico devem ser direcionados também aos funcionários domésticos dos moradores, uma vez que sua atuação nas residências é bem significativa. Concorda?
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